Fauna em risco também nas Ilhas Galápagos
ilhas galápagos
2005-01-17
Se a gula asiática é uma ameaça para os tubarões, é a luxúria que põe
em risco os pepinos-do-mar das ilhas Galápagos. Existe a crença, em países
orientais, de que a ingestão destes animais equinodermos tem virtudes
afrodisíacas. Neste caso, a gastronomia se mistura à superstição, pois
nenhum estudo científico conseguiu demonstrar que essa espécie, fundamental
na regeneração do fundo do mar, tenha propriedades estimulantes da libido.
Os pescadores das Galápagos, que no ano passado capturaram a cota autorizada de 4 milhões de pepinos-do-mar, queixam-se de que a pesca do animal é cara e arriscada, pois os mergulhadores devem apanhá-los com as mãos, e asseguram que os são os atravessadores que fazem o grande negócio.
Em outras regiões do mundo, as crenças dos asiáticos também criaram uma
ameaça letal para diversas espécies, como no caso dos ninhos de
andorinha-do-mar, aves servidas em restaurantes especializados a preços mais
astronômicos que gastronômicos.
Mais conhecido é o problema dos rinocerontes, que chegaram à beira da
extinção pela crença de que seus chifres também teriam poderes afrodisíacos.
Ecologistas disseram que no ano 2000 o chifre do rinoceronte da Índia
chegava a valer até US$ 45 mil o quilo, e que o do rinoceronte preto
africano custava US$ 12 mil o quilo em Taiwan – o mesmo valor do ouro.
Há cem anos, existiam, na África, 1 milhão de rinocerontes negros. Atualmente, calcula-se que sejam menos de 3 mil. Números semelhantes são estimados para o rinoceronte indiano (2,5 mil exemplares), com uma situação desesperada para o de Sumatra, onde só restam 300 espécimes. (Agência EFE/Terra.com)