Luxúria e gula de asiáticos são perigo para a fauna de Galápagos
ilhas galápagos
2005-01-17
A mais recente crise nas ilhas Galápagos, desta vez centrada na ameaça sobre
os tubarões, evidencia que a gula e a luxúria dos asiáticos são, no fundo,
os grandes perigos para a fauna do arquipélago. A pretensão dos mil pescadores locais de utilizar o método do palangre
(cordas com anzóis), ainda não resolvida, pôs as instituições de preservação
da natureza e as organizações ambientalistas de novo em alerta.
Ambas denunciam que as amostragens realizadas revelaram que junto com os
peixes-espada, atuns e albacoras, uma grande quantidade de
tubarões-cinzentos-de-recife morderam as centenas de iscas nos anzóis dos
palangres.
A voracidade dos tubarões leva-os a morder iscas facilmente, o qual faz com
que a técnica do palangre seja, para os ecologistas consultados pela Agência
EFE, uma forma encoberta de pescar tubarões para depois vender suas aletas
nos mercados asiáticos. Os pescadores se defendem com o argumento de que as capturas de tubarões em suas redes são acidentais. No entanto, é fato que existe um mercado clandestino no qual se pagam entre US$ 80 e US$ 220 por um jogo de aletas de tubarão composto pelas duas laterais, as duas posteriores, uma dorsal e a da cauda. Os atravessadores que as compram conseguem dobrar e até triplicar esses valores quando vendem as aletas em países da Ásia, onde são consideradas uma iguaria culinária que é servida em restaurantes de luxo.
Há três meses, um decreto que proíbe estritamente a pesca exclusiva de
tubarões e a comercialização de suas aletas está em vigor no Equador. Mas,
como a mesma lei permite a venda da carne, não é a solução ideal para acabar
com as capturas acidentais. O próprio presidente do Equador, Lucio Gutiérrez, disse sentir profunda preocupação pela situação do Parque Nacional de Galápagos devido aos problemas administrativos. Gutiérrez ordenou que sejam adotadas as medidas necessárias para evitar a desproteção da Reserva Marinha do arquipélago.
Segundo números da Empresa de Declarações Públicas, em 2003 o Equador
exportou um total de 98.815 quilos de aletas de tubarão secas, o que
equivale aproximadamente à morte de cerca de 250 mil animais. (Agência EFE/Terra.com)