DMLU planeja vender excedente da coleta seletiva de lixo na Capital
2005-01-14
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) pretende implantar um projeto para a venda do excedente de resíduos sólidos coletados em Porto Alegre. Segundo o diretor-geral, Wilton Araújo, os recursos arrecadados com a iniciativa seriam utilizados para construir novos galpões de reciclagem de lixo. - Existem empresas que querem comprar o material para reciclar. Devemos abrir uma licitação para a venda, mas ainda não está definido se será por lote ou região da cidade - afirmou. A coleta seletiva recolhe cerca de 50 toneladas por dia. Pelos cálculos do DMLU, 20% desse total não é processado e acaba indo parar em aterros sanitários junto com o lixo orgânico. - A razão é que não temos estrutura suficiente para processar todo esse material. Contamos apenas com dez galpões de reciclagem - explicou Araújo. Para dar conta de toda a demanda atual, seriam necessários pelo menos mais dois barracões para processamento de resíduos.
Mas a medida busca também formar um ciclo de sustentabilidade para a coleta seletiva, gerando renda que compense os custos do DMLU com o recolhimento. - Devemos levar em conta que a tendência é aumentar o volume coletado, até porque o sistema ainda não atinge toda a cidade - argumentou. O diretor acredita que é importante desenvolver novos espaços para o processamento dos resíduos a fim de gerar inclusão social, aumentando o número de catadores em cooperativas de reciclagem. A medida em estudo no DMLU já vem sendo implementada em alguns condomínios da Capital. Os moradores do edifício Cláudia, no bairro Farroupilha, há alguns meses armazenam jornais para depois vendê-los. O dinheiro arrecadado é usado na compra de materiais de limpeza. (JC, 21)