Soja do Paraná entra na China com especificação de transgênica
2005-01-14
Toda a soja brasileira, inclusive a que sai do Porto de Paranaguá, é declarada como geneticamente modificada para as autoridades da China pelos importadores daquele país. Como o Brasil não tem um acordo com os chineses que estabeleça limites de transgenia nos grãos exportados para lá, as empresas que compram o produto temem que exames feitos na entrada do país apontem resíduos de transgênicos, o que levaria ao embargo de cargas declaradas como convencionais.
- É difícil para o importador ter a garantia de que não haverá traços de transgenia na carga. Por isso, toda a soja brasileira vai [para a China] como transgênica, inclusive a de Paranaguá, afirma Odilson Ribeiro, chefe da Divisão de Cooperação Técnica e Assuntos Sanitários Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa). Ribeiro é um dos técnicos do Mapa envolvidos nas negociações com o governo chinês para o estabelecimento do limite de transgenia. O ministério tenta convencer o parceiro comercial a criar uma legislação nos moldes da União Européia, que permite uma mistura de até 0,9% na soja convencional.
O governo do Paraná quer que o estado seja declarado área livre de transgênicos e, por isso, além de reprimir o plantio de grãos modificados, impede sua exportação por Paranaguá. Até o momento, porém, essa proibição tem se revelado inútil para garantir a imagem do estado como produtor de soja convencional, já que o produto entra como transgênico na China. No dia 15, uma equipe de representantes do governo e da iniciativa privada segue para a China, onde tentará fechar o acordo. (Gazeta do Povo 13/1)