Suposta maconha transgênica conquista clientes em São Paulo
2005-01-14
Enquanto cientistas debatem os efeitos dos alimentos transgênicos no corpo humano e no meio ambiente, um tipo de maconha geneticamente modificada pode estar se espalhando pelo país. De acordo com o delegado Reinaldo Correia, da 6 Delegacia Seccional de Santo, na capital paulista, os 60 pés da droga que foram encontrados — e destruídos — no dia 12 numa chácara próxima à represa de Guarapiranga, na Zona Sul, seriam de maconha transgênica.
A plantação pertencia a Carlos Alberto Andrade da Silva, de 38 anos, que foi preso. Ele contou aos policiais que comprou a semente da maconha transgênica na Bahia e que, há pelo menos oito meses, plantava a droga em sua própria chácara. — Além de ter um fator alucinógeno (THC) bem mais forte, este tipo de maconha tem maior resistência a pragas. Cresce mais e se desenvolve melhor , disse o delegado Correia.
Com Silva, a polícia encontrou uma pistola, um revólver, munição para fuzil e dois coletes com emblemas da Polícia Militar. Silva já foi preso anteriormente por roubo e ficou na cadeia 4 anos. — Encontramos plantas com dois metros de altura e até com grandes troncos, afirmou o delegado, que também recolheu no local 400 gramas de semente da droga, prontas para serem plantadas.
A maconha de Silva conquistou os consumidores e o número de compradores no local passou a ser cada dia maior. Silva passou a vender a droga em bairros vizinhos e foi de um deles que partiu a denúncia sobre o cultivo. A polícia sobrevoou a região da represa de helicóptero para mapear as áreas onde a maconha poderia estar sendo plantada e depois investigadores foram às propriedades suspeitas. Ontem, às 6h30m, chegaram à chácara de Silva e encontraram a plantação.
Peritos do Instituto de Criminalística recolheram amostras da droga para saber se é mesmo transgênica. Os pés de maconha foram queimados pela polícia na própria chácara. (O Globo 13/1)