EPA busca especialistas externos para resolver enigma do teflon
2005-01-14
A Agência Norte-americana de Proteção Ambiental (EPA) não está conseguindo avaliar os riscos de uma substância química encontrada na maioria dos testes de saúde realizados com pessoas nos Estados Unidos. Segundo um relatório da agência divulgado nesta quarta-feira (12/1), uma substância química empregada na produção de teflon foi detectada em corpos humanos, em todo o mundo, podendo causar câncer e problemas de desenvolvimento. Mas esta substância, da qual a DuPont foi pioneira, levantou tantas questões científicas que a EPA está pedindo a ajuda de especialistas de fora para ajudar a eliminar tal risco. Durante muito tempo, a EPA avaliou como sendo não notáveis – incluindo não elevada taxa de câncer – os efeitos de exposição dos trabalhadores da DuPont ao químico ácido perfluorooctanóico (PFOA). Mas em testes de laboratórios realizados com animais, a EPA reportou vínculos de exposição a esta substância com câncer do fígado e câncer testicular, redução de peso de filhotes nascentes e supressão imunológica. Isto aumenta o potencial para efeitos em humanos também.
O composto, usado pela DuPont há mais de 50 anos, foi encontrado no sangue de todas as pessoas testadas nos Estados Unidos. O PFOA é empregado na produção das famosas panelas que não deixam o alimento grudar quando está sendo preparado, e em centenas de outros produtos, mas não é encontrado em produtos depois da manufatura dos mesmos, de forma que ninguém entende por que tantas pessoas o contêm em suas correntes sangüíneas. O PFOA é considerado essencial para a fabricação de fluoropolímeros, que são usado não apenas em utensílios de cozinha, mas em roupas, cabos de telefones, carpetes, chips de computadores, sistemas de combustível de carros e outros produtos industriais. (Los Angeles Times, 13/1)