Escassez de água já ameaça 25% da população mundial
2005-01-13
O Worldwatch Institute informa que 25% da população mundial vive em países que se aproximam rapidamente da condição de falta extrema de água - quando há menos de mil metros cúbicos por habitante por ano, considerado o mínimo necessário para a sobrevivência.
O Brasil, felizmente, é um dos países onde o problema é menos grave.
– Segundo a classificação do Banco Mundial, alguns Estados brasileiros estão entre os mais ricos do mundo em água, igualando-se a países como Suécia e Finlândia, compara o geólogo Aldo Rebouças, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Mas ainda não há razão para orgulho.
O Brasil vem sujando e desperdiçando sua riqueza. –A não ser no semi-árido nordestino, onde existe escassez natural, só há falta de água ou necessidade de racionamento no Brasil devido ao desperdício, à poluição e à falta de regras para o uso dos recursos hídricos, explica o ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Jerson Kelman.
É por essa razão que uma cidade como São Paulo sofre com o racionamento, apesar de ter dois grandes rios cortando a metrópole. O Tietê e o Pinheiros foram tão mal utilizados que sua despoluição levará anos, diz Kelman. A seu favor, o Brasil ainda conta com um impressionante estoque de água subterrânea, especialmente no Aqüífero Guarani. Poderia abastecer uma população de 150 milhões de pessoas por 2.5 mil anos, sem reposição. Mas a perfuração sem controle de poços artesianos pode contaminar parte desse enorme aqüífero. (Época, 10/1)