Seca aumenta em 14% as queimadas no Estado
2005-01-12
A estiagem que castiga lavouras aumentou em 14% o número de ocorrências de fogo em mato neste ano no Rio Grande do Sul. A vegetação seca com ajuda do vento se torna propícia à proliferação de focos de incêndio que surgem de brasas, tocos de cigarro e até de cacos de vidro expostos ao sol na beira de estradas, terrenos e matas.
De dezembro do ano passado até ontem, os 12 comandos regionais dos Bombeiros do Estado atenderam a 1.204 casos de queimadas estimuladas pela falta de chuva. No ano anterior, houve 1.056 atendimentos até o fim de janeiro. Se não chover, a perspectiva dos bombeiros é de que a diferença cresça ainda mais. Até agora, nove comandos registraram maior incidência de fogo em mato.
Em Caxias do Sul, na Serra, as ocorrências passaram de 48 para 112. Nos vales do Rio Pardo e Taquari, o mês ainda não terminou mas já houve acréscimo. O comandante regional interino da região, major Joarez de Moraes Dutra, diz que a situação não é normal.
Em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, ocorreram até quatro casos em um único dia. Dos 25 atendimentos, 80% se trata de fogo em campo e acostamento de rodovia. Em Novo Hamburgo, um incêndio consumiu 1,2 mil hectares de área de preservação, em um banhado às margens do Rio dos Sinos, nos limite de Novo Hamburgo com Campo Bom, de 28 a 30 de dezembro do ano passado. De acordo com o engenheiro agrônomo Amaro Dias Robaina, diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas, a situação é preocupante e se repete anualmente nesta época.
- O fogo é sempre danoso ao ambiente, ao solo e polui o ar. O trabalho dos bombeiros quadriplica neste período. Estamos investindo em educação ambiental, mas os resultados só virão a longo prazo - diz Robaina .
(ZH, 41)