Painel científico estabelece limite para exposição a perclorato
2005-01-12
A Academia Nacional de Ciências (NAS) dos Estados Unidos lançou, na segunda-feira (10/1), um comunicado científico sobre limites de exposição ao perclorato, um dos mais controversos não regulados poluentes tóxicos detectados em corpos d’água e em alimentos nos Estados Unidos. Segundo a NAS, as pessoas podem seguramente ficar expostas a doses diárias de 20 vezes em relação às consideradas sob recomendação da Agência Nacional de Proteção Ambiental (EPA).
Dependendo de como os reguladores federais e estaduais interpretarem as recomendações da Academia, o Departamento de Defesa, seus contratantes e outras agências federais responsáveis por regulamentações sobre contaminação por perclorato – componente de combustível sólido de foguetes – poderão evitar custos de limpeza de sítios no valor de milhões de dólares. A EPA e os Estados da Califórnia e de Massachusetts já deram passos iniciais rumo ao processo regulatório, com a EPA e o Estado de Massachusetts ambos sugerindo um nível máximo seguro de 1 parte por bilhão, e a Califórnia estabelecendo uma meta de 6 partes por bilhão. Assim, não há ainda um nível máximo único estabelecido para o teor de perclorato presente na água de consumo.
Elevadas doses desta substância foram utilizadas nos anos 50 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos como forma de inibir distúrbios da tireóide associados a problemas de desenvolvimento neurológico, mas o relatório da NSA ressalta que é inadequado determinar até que ponto há ou não uma associação entre exposição a perclorato e efeitos adversos no desenvolvimento neurológico de crianças.
Mas cientistas do Pentágono defendem um nível de tolerância de 200 partes por bilhão, com base em estudos realizados pela própria NSA. Traços de perclorato foram encontrados no Rio Colorado, fonte de água para 15 milhões de pessoas no sudoeste do país. (NY Times, 11/1)