A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) começa a produzir biodiesel ainda em 2005. E manda avisar que será o mais barato do país. Os estudos, realizados ao longo dos últimos 20 anos, apontam para a produção do biocombustível com uma economicidade bem superior à do produto que vem sendo preparado nos demais estados. A empresa, vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), mantém em andamento oito estudos referentes à produção do biodiesel no Norte do Estado e no Vale do Jequitinhonha. O diferencial da produção mineira de biodiesel em relação aos outros estados está na matéria-prima. Em Minas, o insumo básico utilizado é a mamona, muito mais barata que a soja. Há outra alternativa, também pioneira, igualmente viável, o pinhão manso.

Geração de renda
Segundo o chefe do Centro Tecnológico do Norte de Minas, Marco Antônio Vianna Leite, o custo de produção da soja é bem superior ao de produção da mamona e do pinhão manso. - Aqui em Minas, seguindo orientação governamental, além da produção de um combustível alternativo, vamos trabalhar essas duas culturas em programas da agricultura familiar em regiões carentes, para geração de emprego e renda, disse. O pesquisador revelou ainda que todos os indicativos sinalizam para o desenvolvimento de alternativas produtivas que não sejam tão caras quanto a soja. - Minas Gerais tem tudo para fazer um bom trabalho, porque já tem experiência nesta área, além de contar com uma base científica mais avançada em relação às demais Unidades da Federação. Isto, de acordo com Vianna Leite, é o que justifica o interesse do Ministério do Desenvolvimento Agrário em conduzir os estudos do biocombustível em Minas em parceria com a Epamig.
Vianna Leite revelou ainda que o MDA, que coordena a produção do biodiesel em todo o país, está cuidando, agora, da organização da cadeia produtiva. - Nada adianta, neste momento, cuidar apenas da produção do biocombustível. É necessário produzir, processar e vender a produção. E as pesquisas da Epamig estão sendo orientadas no sentido de comprovar que este é um produto viável, completou.
<>Br> Produção de sementes
Neste ano, a Epamig vai produzir 20 hectares de sementes de mamona em oito experimentos, localizados no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. Parte deste trabalho está sendo feito, também, com os produtores rurais. A empresa mantém atualmente um cultivo de 20 hectares com mamona e vai plantar mais 60 hectares de sementes em parceria com produtores da região. Essas sementes estarão disponíveis no mercado ainda este ano, quando começará a produção do biocombustível. A demanda pelas sementes já é grande, despertando o interesse não apenas de pequenos produtores rurais. Vianna Leite informou que um grande agricultor da divisa de Minas com a Bahia está animado com as perspectivas comerciais de sua produção e deve plantar, ainda este ano, no mínimo mil hectares dessas duas culturas.