Porto-alegrenses reclamam de gosto ruim da água
2005-01-11
A proliferação de algas no lago Guaíba está aumentando um problema na água distribuída em Porto Alegre - o gosto e o odor de terra. Até a semana passada o gosto era percebido somente em alguns pontos na Zona Sul, mas ontem já havia reclamações para o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de moradores de bairros como Cidade Baixa, Bom Fim e Jardim Carvalho. As algas cianofíceas, além do gosto e cheiro, que também deixam o lago da cor esverdeada, se proliferam no Guaíba por causa da falta de chuva e do excesso de calor. O Dmae informa que está adicionado carvão em pó na captação em três Estações de Tratamento de Água (ETA) - Tristeza, Belém Novo e Menino Deus. O mineral tem a finalidade de reter as substâncias das algas que causam o odor e o gosto de terra.
A alta temperatura registrada no final de semana - domingo foi o dia mais quente dos últimos dez anos com 40,3 - também levou ao desabastecimento de água em pontos localizados de Cachoeirinha e Gravataí, principalmente nas áreas mais afastadas do centro e altas. Segundo o diretor de Operações da Corsan, Jorge Accorsi, o problema ocorreu por causa do alto consumo de água nestes municípios. - Tivemos no mínimo 50% a mais de consumo em Gravataí e Cachoeirinha - esclareceu. Segundo ele, houve uma demanda tão grande que a água não chegou a ficar acumulada nos reservatórios. - Com consumo muito grande, faltou pressão para o abastecimento chegar em áreas mais isoladas - disse.
A chuva que atingiu o Rio Grande do Sul no final de semana não acabou com a estiagem. Na Região Metropolitana, choveu apenas 5 milímetros. O Lago Guaíba, que semana passada chegou a ficar apenas 0,25 centímetros acima do ponto zero, ontem estava com 0,46 centímetros. (JC, 21)