FUNDOS QUEREM CAPTAR US$ 135 MILHÕES PARA PROJETOS SUSTENTÁVEIS
2001-08-28
A A2R Fundos Ambientais, empresa que atua na América Latina no desenvolvimento de projetos sustentáveis, está constituindo três novos fundos. Serão lançados até o início do próximo ano, com um caixa de pelo menos US$ 135 milhões. Esse dinheiro estará à disposição das empresas que precisam ampliar ou reestruturar seus negócios em áreas de manejo florestal, reflorestamento, reciclagem, geração de energia alternativa ou setor canavieiro. O Clean Tech (tecnologia limpa) é o fundo de investimento que está em estágio mais avançado de constituição. Seu estatuto já foi concluído e se encontra na fase final de capitalização. A meta é reunir US$ 35 milhões junto a investidores internacionais para serem aplicados no desenvolvimento de projetos de reciclagem, compostagem ou mesmo geração de energia alternativa, como a eólica e outras baseadas na utilização de biomassa. O gerente de projetos da A2R, Jaime Bunge, disse que alguns dos principais investidores que estão capitalizando o Clean Tech constituem o Terra Capital Investors Ltd (TCI), primeiro fundo lançado pela empresa, em 1998. São eles: governo da Suíça e bancos ambientais holandeses. - Este fundo segue a mesma linha do Terra Capital. É voltado a projetos com fins lucrativos, mas que priorizam, sobretudo, o desenvolvimento sustentável, destaca. O TCI é um fundo de investimento que foi capitalizado há três anos com um lastro de US$ 15 milhões. Seus principais investidores são: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); bancos holandeses; governo suíço; International Finance Corporation, braço direito do Banco Mundial nessa área (Bird) e pessoas físicas norte-americanas. Durante esse período, investiu aproximadamente US$ 6 milhões em cinco projetos, restando ainda US$ 9 milhões. Dois desses projetos estão localizados na Amazônia brasileira, um de produção de palmito de açaí e a polpa da fruta na ilha de Marajó, no Estado do Pará; e outro em Tocantins, para a utilização integral de todo o potencial econômico do babaçu. Da fruta, a empresa está extraindo desde álcool, amido, carvão ativo a óleos derivados. O mais novo projeto a receber investimentos do TCI, informa Jaime Bunge, foi o de uma fabricante paulista de verduras, flores e temperos orgânicos - que não recebem produtos químicos no cultivo e industrialização -, em agosto. Já uma empresa argentina cultivadora de uva para vinhos e a fruta passa aguarda liberação. - Existem ainda entre 12 a 15 projetos sendo examinados, um deles no Amapá, revelou o gerente de projetos da A2R. Em média, o Terra Capital Investors aprova liberação de investimento a partir de US$ 500 mil até, em média, US$ 2 milhões. O interessado no aporte de capital precisa provar que seu negócio é rentável e que não agride o meio ambiente. O fundo de investimento firma contrato para participar do empreendimento por dez anos. Passado esse período, o tomador tem o direito de assumir todo o controle do negócio, seja com recursos próprios ou de terceiros. No Brasil, esse nicho de mercado é recente. Além da A2R, atua o Fundo Biosfera. Este também incentiva empreendimentos ligados ao meio ambiente, mas com a limitação de recursos. A2R administra fundos internacionais, principalmente, de clientes europeus e norte-americanos. Em seu corpo técnico, conta com profissionais que já atuaram no Banco Axial. Um benefício concedido pela A2R ao tomador do investimento é que o auxilia na divulgação de seus produtos em feiras internacionais, uma forma de proporcionar a conquista de novos mercados. Indica ainda profissionais para a reestruturação de setores administrativo-financeiros ou para solucionar problemas mercadológicos de empresas com dificuldade de reestruturação. (GM/AM)