O Birô Federal de Investigação (FBI) advertiu, em 2002, que a organização Al Qaeda estaria planejando ataques a trens nos Estados Unidos, possivelmente causando descarrilamentos ou explosões de carros-tanque contendo materiais perigosos. Depois de ataques a trens de passageiros que mataram 191 pessoas na Espanha, em março de 2004, oficiais de segurança norte-americanos secretamente persuadiram os condutores de trens a modificarem a rota de carregamentos tóxicos que rotineiramente passam por blocos do Capitólio, em Washington. Autoridades federais estiveram trabalhando com condutores de trens e com a indústria química para melhorar a segurança desses veículos.

Mas há muito ainda a ser feito, particularmente em razão da fragilidade estrutural de muitos carros-tanques, de acordo com os oficiais. Segundo George Gavalla, ex-oficial da área de segurança da Administração Federal de Ferrovias, houve a promessa de aumento da segurança no setor quando da ameaça de terroristas. Quando tal ameaça surgiu há um ano, em Las Vegas, Gavalla disse que enviou um inspetor para avaliar as medidas de segurança existentes no local que, até então, eram virtualmente inexistentes. Mas quando o inspetor visitou uma ferrovia a 13 milhas do aeroporto de Las Vegas, não encontrou ninguém vigiando os seis carros –tanques com marcos indicativos de conterem gás cloro, de acordo com um memorando que fez sobre a visita. Duas horas depois, ele visitou outra ferrovia com quatro carros-tanques, possivelmente carregando gás venenoso, e estes estavam, da mesma forma, sem qualquer vigilância, afirma o memorando. (NY Times, 9/1)