ONG de Santos (SP) contesta uso de animais em espetáculos do circo O Mundo Mágico de Beto Carreiro
2005-01-07
Enquanto O Mundo Mágico do Beto Carrero, circo instalado no estacionamento do Mendes Convention Center, não confirma se irá entrar na Justiça para poder apresentar números com animais em seus espetáculos, uma Organização Não-Governamental (ONG) de Santos defende que o circo desista da idéia.
Criada em agosto de 2004, a ONG Em Defesa da Vida Animal foi uma das entidades da Cidade que colaborou na elaboração da Lei Complementar nº 510, de autoria do vereador Benedito Furtado (PSB), sancionada no último dia 24.
A legislação proíbe a concessão de alvará de licença, localização e funcionamento aos circos e outros estabelecimentos de diversão que utilizem animais selvagens ou domésticos nos espetáculos.
No entanto, o gerente do circo, Jefferson Rakmer, informou que a documentação necessária para dar entrada no pedido de liminar estava sendo providenciada.
– A nossa idéia é circo sem animal. Primeiro porque você dá trabalho para um monte de gente, que quer e trabalha com satisfação, ao contrário dos animais. Todo mundo acha muito bonitinho na hora do espetáculo, mas não sabe o que eles sofrem para chegar a esse ponto de adestramento, explicou a presidente da ONG, Marília Asevedo Moreira.
De acordo com o veterinário Eduardo Filetti, um dos membros da ONG, só é possível dominar animais selvagens por meio da dor.
– Leões, tigres e outros animais, por exemplo, são dominados pelo fogo ou pelo chicote, golpeados com barras de ferro e queimados na testa. Alguns circos, chegam a alimentar os felinos com cães e gatos abandonados.
Ainda conforme o veterinário, os animais têm que suportar mudanças climáticas bruscas e viajar milhares de quilômetros sem descanso.
– Esses animais devem ficar em lugares adequados, como parques temáticos, por exemplo, que conseguem dar condições parecidas com as do habitat natural.
A Tribuna tentou falar no dia 5, durante toda a noite, por telefone, com os responsáveis pelo circo O Mundo Mágico do Beto Carrero para saber se a empresa iria entrar com ação judicial para a exibição dos animais, mas ninguém foi localizado. (A Tribuna 6/01)