Carros com motores menos poluentes voltam à pauta no Salão de Detroit
2005-01-06
O Salão de Detroit deve apresentar um grande número de protótipos movidos a combustíveis alternativos, num momento em que os Estados Unidos são compelidos a respeitarem os limites de emissões definidos pelo Tratado de Kioto, que passa a vigorar, com a adesão da Rússia, no primeiro semestre de 2005. As rígidas leis ambientais propostas por muitos Estados norte-americanos também colocam o tema dos combustíveis alternativos na pauta do salão.
Nos últimos quatro anos, o governo Bush ofereceu reduções fiscais para frotistas que quisessem adquirir grandes SUVs com motores com oito a 12 cilindros. O resultado foi catastrófico, com um aumento médio de consumo da frota de veículos novos da ordem de 30%. Há críticas crescentes dos próprios norte-americanos: somente nos estados da California, o mais exigente em relação à legislação ambiental naquele país, há dezenas de ONGs ambientalistas que combatem abertamente o uso dos SUVs, considerados veículos poluentes, desnecessários e irracionais.
Mas a América do desperdício é também o país que condena o uso do diesel e onde veículos a diesel, incluindo os caminhões, são sobre taxados. Portanto, restam as alternativas dos carros movidos a hidrogênio, com preço de mais de 300 mil dólares, e dos carros híbridos, que fazem grande sucesso, como o Prius, da Toyota. Mas a tecnologia híbrida é cara e os carros não deixam de ser poluentes, porque um de seus dois motores usa gasolina. Mas também é notável a economia de um híbrido em relação aos veículos convencionais.
Enquanto o Jeep Cherokee não faz mais do que cinco quilômetros com um litro de gasolina, o Prius faz mais de 20. E a Toyota vendeu mais de 250 mil carros híbridos em 2004. O número deve se ampliar quando do início da comercialização, prevista para maio, do RX400H, da divisão Lexus, o primeiro SUV híbrido do mundo. Somente a Toyota gasta 6,7 bilhões de dólares anualmente com a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, incluindo os combustíveis alternativos. Mas este valor não cobre os custos de desenvolvimento de novos modelos híbridos. Por isso, a Toyota trata de licenciar a tecnologia híbrida para a Ford e Nissan, que pagaram bilhões de dólares. Já a DaimlerChrysler adiou os planos de investir em veículos a hidrogênio e desenvolve uma tecnologia híbrida para uma série de modelos. (CP, 8)