Estado de SP teve 3.023 casos de dengue em 47 cidades em 2004
2005-01-06
O estado de São Paulo teve 3.023 registros de dengue em 2004 em 47 cidades. A queda é de 85% em relação aos 20.361 registros de 2004, quando o número de casos da doença foi alto em todo o país. Dos 175 municípios do estado que apresentaram casos da doença em 2003, 128 conseguiram conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti e não tiveram registros em 2004.
Mesmo com a queda, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que não se pode descuidar. A população deve manter os cuidados para este verão de 2005, como fechar e limpar as caixas d água, vasos sanitários e piscinas. Este ano, até o dia 17 de dezembro, as cidades com maior número de casos de dengue autóctone (contraída no próprio município) foram São Vicente (784), Potim (558), Santos (507), Caraguatatuba (416) e Birigui (270).
A cidade de São Sebastião, no litoral norte, é o município do estado com maior risco de dengue em 2005. Ela encabeça a lista das 20 cidades paulistas que receberam com conceito 3 ou superior no Índice de Breteau, que demonstra o grau de infestação de larvas do mosquito Aedes aegypti. No ano passado, até o dia 17, o município tinha registrado 35 casos da doença.
O Índice de Breteau aponta o percentual de imóveis com criadouros com larvas do mosquito por área de 10 mil a 12 mil metros quadrados. O índice de São Sebastião é de 20,14. No litoral também apresentam riscos as cidades de Guarujá (3,46) e Cubatão (4,16). Na lista dos 20 municípios com maior risco estão em segundo e terceiro lugar vem Potim (13,59) e Ituverava (8).
Também estão na lista Itapevi (6,36), Jandira (5,77), Hortolândia (5,61), Paraíso (4,81), Neves Paulista (4,58), Bauru (4,19), Santópolis do Aguapeí (3,93), Américo Brasiliense (3,92), Serrana (3,52), Rio Claro (3,26), Américo de Campos (3,23), Palmares Paulista (3,22), Casa Branca (3,2), Botucatu (3,09) e Cássia dos Coqueiros (3,05). A Secretaria de Estado da Saúde reuniu as prefeituras destas cidades em setembro para fazer o alerta e orientar sobre as formas de prevenção e combate. A campanha contra a dengue continua em todo o estado, com folhetos explicativos sobre a doença. A redução da incidência é importante porque as pessoas que já tiveram dengue uma vez podem contrair a dengue hemorrágica caso sejam contaminadas novamente.
O Aedes aegypti está presente em 100 países, onde vivem 2,5 bilhões de pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 80 milhões o número de pessoas infectadas anualmente no mundo. São 500 mil internações e 20 mil mortes por ano causadas pela doença. O Brasil segue a tendência apresentada na América Central, Caribe e Sudeste Asiático, onde o número de doentes é menor, porém, os casos de dengue hemorrágica são mais comuns. (O Globo 5/1)