Pinguelli nega falha humana no apagão
2005-01-05
A informação de que uma falha humana causou o blecaute que deixou os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo se luz por mais de uma hora no último sábado foi rebatida ontem (4/01) por Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da
Eletrobrás e coordenador de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ. Segundo ele, houve o congelamento do sistema operacional de Furnas, situado em Campinas e que monitora as condições de abastecimento de energia.
O problema, segundo o ex-presidente da Eletrobrás, deixou o funcionário de Furnas em Cachoeira Paulista sem as informações de que duas das quatro linhas de transmissão que abastecem o Rio de Janeiro tinham caído. Como era feriado, dia de pouco consumo, um das quatro linhas já estava desligada. Alheio à queda de dois sistemas de transmissão, o operador tomou a decisão de desligar a única linha que mantinha o abastecimento do Rio e Espírito Santo.
A Associação dos Empregados de Furnas (Asef) também questionou a versão de falha humana para o apagão. De acordo com a Asef, a justificativa foi precipitada, já que o Ministério das Minas e Energia deu prazo de 15 dias para concluir o relatório sobre a falha. – Culpar os trabalhadores é muito fácil, o difícil é admitir que Furnas precisa investir maciçamente em equipamentos e geração de energia para evitar que fatos como esse se repitam. Para o diretor da Asef e economista de Furnas, é preciso haver apuração técnica, e não política do problema. Ele ressalta a existência de projetos para modernizar a empresa que não saem do papel. (GM-A6)