Turismo de aventura e preservação ambiental atraem visitantes na Ilha do Marajó
2005-01-04
Com investimento em infra-estrutura, moradores e empresários do arquipélago de Marajó contam que conseguiram triplicar o número de turistas e já estão ampliando seus negócios. Alguns ainda não conseguem viver apenas da atividade, mas estão confiantes que, nos próximos anos, o número de visitantes será ainda maior. Saindo de Belém, em um avião Caravan de nove lugares, começa a viagem, com destino ao arquipélago de Marajó. Logo surge o conjunto de ilhas, bem próximas entre si. A água surge em um tom diferente, entre o verde e o marrom, conseqüência da briga entre o rio Paracauari (afluente do Amazonas) e o mar. Nesta época, com menos chuvas, o mar empurra o rio e a água fica verde. Com as chuvas e as conseqüentes cheias, o rio empurra o mar e a água fica marrom. É a pororoca.
Praia, montaria em búfalos, cavalos e trilhas compõem o ecoturismo e o turismo de aventura do arquipélago, que passou a ser incentivado pelo poder público a partir de 98. — Desde então vem crescendo, o governo investiu muito em divulgação e no treinamento do pessoal que mora aqui na região, com cursos do Sebrae e oficinas, conta o motorista e guia turístico, Élson Ferreira de Souza. Segundo ele, apesar do aumento, ainda não dá para viver do turismo. — Trabalho também com transporte da população local das vilas para a cidade, principalmente no final de semana, quando o pessoal de Belém que tem familiares aqui vem passear, diz. De acordo com o guia, antes dos investimentos, a média anual era de quinhentos turistas por ano. —Agora chega a 1.500 quando a temporada é boa, comemora.
Com o crescimento do número de turistas, vão aumentando também os atrativos, e as ilhas começam agora a trabalhar com a pesca esportiva.A gente percebeu que esse segmento tem aumentado muito no mundo inteiro, afirma Tony Santiago, dono de uma pousada na região. Ele espera fechar o ano com um crescimento de 25% em relação a 2003 e firma que a preocupação com a preservação do meio ambiente é contínua. — A idéia é não depredar, tem que devolver o peixe. O cliente leva para casa a emoção de estar pescando em Marajó, um sorriso e um abraço, brinca o empresário. Com mais visitantes, o cuidado com a preservação precisa ser redobrado. — Há uns anos, os barcos não tinham lixeira, então as pessoas jogavam tudo no rio. Foi feito um trabalho de conscientização com os proprietários dos barcos para colocarem lixeira, conta Tony, que administra uma pousada com 70% da energia proveniente do sol. Estamos querendo instalar energia eólica para sermos auto-suficientes, anuncia. Quem também ajuda a preservar é a engenheira agrônoma Eva Abufaiad. Em parceria com o Ibama, ela cuida de animais selvagens feridos, machucados ou ex-prisioneiros. — Não aceito dinheiro de ninguém para salvar um animal, é a minha contribuição à natureza, diz Eva, que faz um outro trabalho de preservação. Recebo 400 crianças por ano, na minha fazenda, para ensinar a como amar os animais. (Agência Brasil, 3/1)