Excrementos de porcos, no Chile, deverão ser aproveitados para manter as luzes de neon acesas em Tóquio, nos anos que se seguem. Trata-de do acordo de comércio norte-sul que visa a reduzir o aquecimento global: o Chile reduz suas emissões de gás metano (exalado dos excrementos de porcos), de modo que o Japão compra os créditos dessas emissões e não precisa reduzir as suas próprias. Neste caso, a vantagem é que a produção do metano ainda ajuda a reduzir o consumo de carvão, diminuindo-se a necessidade de plantas de eletricidade movidas com esse tipo de combustível fóssil. Este é um dos mercados multibilionários para que se possam cumprir metas do Protocolo de Kyoto. Mas alguns advertem que pode haver abusos nesse tipo de negociação. No mês de dezembro último, em Buenos Aires, Argentina, a conferência internacional do clima aprovou a expansão do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), conforme é chamado esse tipo de troca, e forças das Nações Unidas supervisionaram tal mecanismo. O dióxido de carbono e o metano, gases de efeito estufa, são considerados responsáveis por muito do recente aquecimento da temperatura da Terra, e as Nações Unidas advertem que este fenômeno levará a distúrbios climáticos ainda mais significativos. (ABCNews, 3/1)