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2005-01-03
Dez pesquisadores brasileiros integraram a equipe de 29 técnicos que desenvolveu em dois anos um novo combustível nuclear que usa menos urânio, aumenta a potência das usinas, produz menos lixo radioativo e é capaz de gerar 30% a mais de energia. o combustível foi desenvolvido por um consórcio entre a Westinghouse, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a KNFC, operadora de usinas na Coréia do Sul. O 16 NGF (Next Generation Fuel) começa a ser usado este mês na usina Kori 2, uma das 16 da Coréia do Sul. No Brasil, ele vai abastecer Angra 1 a partir de 2008.

O novo combustível começou a ser estudado depois que técnicos da INB apresentaram uma pesquisa no Congresso Brasileiro de Energia, em 2000, com evidências de que, diminuindo-se a distância das varetas no elemento combustível, obtinha-se maior reatividade.

O estudo interessou a Westinghouse, fabricante de usinas, que propôs que ele fosse ampliado e os custos, definidos entre a empresa, a INB e a KNFC. Foram investidos US$ 10,5 milhões. – Duas recargas de Angra 1 com o novo combustível são suficientes para ressarcir o que o Brasil gastou com o estudo, diz o diretor de Produção de Combustível Nuclear da INB, Samuel Fayad.

Os técnicos brasileiros são físicos e engenheiros que estão há menos de 50 anos na INB, em sua maioria. Chefiados pelo engenheiro Roberto Esteves – PhD pela Universidade de Columbia e um dos três gerentes do projeto de pesquisa do novo combustível - , eles passaram dois anos nos EUA, fazendo testes nos laboratórios da Westinghouse. Além de diminuir a distância entre as varetas, eles mudaram a estrutura do elemento combustível.

Esteves explica que, com as modificações, em Angra 1 será possível usar 373 quilos de urânio por elemento combustível em vez dos 411 necessários hoje. Outra vantagem é que o 16 NGF tem vida útil maior, o que reduz as paradas dos reatores para trocas. A usina brasileira, que hoje tem capacidade para abastecer 300 mil residências, fornecerá energia para 300 mil famílias. – Esse elemento combustível só pode ser usado em três usinas gêmeas no mundo (Angra 1, Kori 2 e Krisko, na Eslovênia). É um projeto pequeno, mas o projeto nuclear brasileiro também é pequeno e atende às nossas necessidades, disse Fayad. (JC, 10)

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