Gás radônio causa 9% das mortes por câncer de pulmão na Europa
2004-12-30
O gás radônio é considerado um inimigo invisível da saúde humana, pois, contra ele, não há campanhas institucionais como as que se realizam contra o tabaco. No entanto, o radônio está presente em diversos ambientes fechados e é responsável por 9% das mortes por câncer de pulmão verificadas na Europa. Um estudo publicado na revista British Medical Journal alerta sobre os riscos associados aos radônio, un gás natural de caráter radiativo. E os fumantes, conforme o estudo, têm mais motivos ainda para se preocupar. O radônio provém da decomposição
natural do urânio e, mesmo que o ar com ele liberado se disperse rapidamente, em ambientes fechados pode apresentar altos níveis de concentração. Conforme informação oficial da Agência Norte-americana de Proteção Ambiental (EPA), o radônio pode colar-se através de fendas e outras cavidades em cimentos e rejuntes de construção, bem como em falsos tetos, cavidades no interior das paredes ou em dutos de água. Para medir seu impacto exato sobre a saúde, um grupo de cientistas europeus, financiados pela União Européia, entre os quais dois investigadores da Universidade de Santiago de Compostela, compararam 7.148 casos de câncer de pulmão com 14 mil pessoas sãs, com dados obtidos de 13 diferentes estudos feitos em nove países europeus. Foram avaliados antecedentes familiares, consumo de tabaco e outros fatores de risco e cruzados esses dados com as medições de radônio presente em seus ambientes. As estatísticas mostraram que esta substância é responsável
por 2% das mortes por câncer na Europa e por até 9%, se forem considerados unicamente os tumores pulmonares. Isto supõe que a exposição residencial a esta substãncia causa 20 mil mortes por ano por câncer de pulmão na Europa. (El Mundo, 29/12)