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2004-12-28
Brasília abriga a maior reserva ambiental em meio urbano do país — o Parque Nacional de Brasília. Mas esse patrimônio está ameaçado. Segundo especialistas, vem sofrendo agressões graves nos últimos anos. O Ministério do Meio Ambiente quer reverter essa situação ampliando as fronteiras da reserva. Se a proposta for aprovada, á área se tornará o maior parque urbano do mundo.

Fotos aéreas tiradas por fiscais do Ibama, denunciam os crimes ambientais que ameaçam o Parque Nacional. As imagens de outubro deste ano flagram chorume — líquido altamente poluente que resulta da fermentação do lixo —, sendo drenado do Lixão da Estrutural em direção ao parque.

Sobrevivência
– O parque está em colapso. Está quase todo sitiado pelo complexo urbano. A fauna está confinada e a vegetação fragmentada, ou seja, em processo de perda de sua biodiversidade, alerta a engenheira florestal Christiane Horowitz, doutora em Desenvolvimento Sustentável. Analista ambiental do Ibama, ela trabalha há 20 anos no Parque Nacional.

A sobrevivência da reserva ecológica está hoje nas mãos do Congresso Nacional. De acordo com o Projeto de Lei 4.186/04, enviado pelo Ministério do Meio Ambiente ao Legislativo, o parque passará de 30 mil hectares para 46 mil hectares. – O tamanho do parque hoje é insuficiente para abrigar populações viáveis de grandes animais. É preciso aumentar a reserva para garantir a vida de espécies nos próximos 50 anos, explica Horowitz.

A necessidade de preservar a qualidade de água consumida no Plano Piloto é um dos fortes argumentos do Ibama para ampliar o parque. Ele protege mananciais hídricos que abastecem a capital. A água da represa Santa Maria, no centro do Parque, é consumida por 350 mil brasilienses. Abastece Asa Sul, Asa Norte, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Guará I, parte do Lago Sul e Lago Norte.

A reserva abriga uma das poucas amostras do bioma Cerrado que ainda remanescem no Planalto Central. É a maior zona núcleo da reserva da Biosfera do Cerrado (fase 1), reconhecida pela Unesco em 1994. Os analistas ambientais, no entanto, afirmam que houve pouco o que se comemorar no aniversário de 43 anos do parque, em 29 de novembro. As fotos mostram o cerco à natureza.

Imagens de satélite de estudo da Unesco mostram que em 1984 não havia tanta ocupação urbana como hoje nas bordas do parque. Contrastam com as fotos tiradas pelo Ibama em outubro passado, que mostram o parque invadido. O Núcleo Rural Boa Esperança, por exemplo, está em faixas de terras que pertencem à reserva.

Lençol freático
A proximidade com o Plano Piloto favoreceu a valorização imobiliária, atraindo moradores de maior poder aquisitivo. As construções impedem que as águas da chuva sejam absorvidas e abasteçam o lençol freático. Há muitos poços profundos e semiprofundos que sugam a água que deveria abastecer os mananciais do parque. O projeto do Ministério do Meio Ambiente propõe a reintegração dessas terras e prevê a desocupação de 15% do Núcleo Rural do Lago Oeste, localizado na região da Chapada da Contagem, ao norte do parque.

– O DF já perdeu mais da metade da sua cobertura original de cerrado. Necessita de áreas protegidas. Eventuais ocupantes de área pública podem ser realocados em outras áreas, para o bem coletivo. As movimentações do entorno do parque causam até mesmo extinções de espécies locais silvestres, destacou a professora Jeanine Maria Felfili Fagg, coordenadora de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Florestal da UnB, em parecer enviado ao Ibama.

Os departamentos de Zoologia, Botânica, Ecologia e Engenharia Florestal da Universidade de Brasília deram parecer favorável ao projeto original do Ministério do Meio Ambiente (leia quadro). Também engrossaram o coro o Centro de Desenvolvimento Sustentável, o Instituto de GeoCiências e o Núcleo de Estudos Ambientais. A Unesco também já manifestou apoio ao projeto.

Outro ameaça ao parque é o Lixão da Estrutural, próximo às nascentes e ao córrego Cabeça do Valo. A área degradada abrange 200 hectares. Segundo analistas ambientais do Ibama, a ocupação urbana nas áreas limítrofes da reserva comprometem os efeitos ecossistêmicos positivos do parque que promovem o bem-estar ambiental da população. A Secretaria de Meio Ambiente informou desconhecer o chorume desviado para as áreas do Parque Nacional. Adiantou que enviará fiscais ao lixão, com o objetivo de checar as condições de contenção do líquido poluente. (Correio Braziliense 26/12)

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