Outra hidrelétrica acusada de licença fraudulenta
2004-12-28
Santa Catarina mais uma vez é a pedra no sapato dos empreendimentos hidrelétricos. Ainda enrolados com a questão da usina de Barra Grande, na fronteira com o RS, os órgãos ambientais enfrentam outra denúncia. O Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, de Guaramirim (www.ra-bugio.org.br) está acusando a FATMA, órgão estadual, de conceder uma licença fraudulenta para a hidrelétrica de Corupá, no noroeste catarinense. ? A obra fica em plena Serra do Mar, sendo assim protegida pela Constituição Federal, sem falar na beleza natural do local com reservas de Mata Atlântica preservada e cachoeiras de todas as formas e tamanhos, conta Germano Woehl Jr., coordenador de projetos do Instituto. Ele lembra que uma das formações ameaçadas pelo projeto é a cachoeira da Bruaca, com 96 m, que pode ser avistada da BR-280, e cartão postal do vale do Itapocu. Germano alerta ainda que já foram abertas trilhas em áreas de preservação permanente para serviços de topografia sem autorização do órgão competente, que é o IBAMA. Segundo dados do projeto, além da abertura de cerca de 2 km de caminhos na mata, será feira a supressão vegetal de 3 km quadrados. A área de alagada somará 4,5 km quadrados. Também está prevista a construção de duto de aço de 1,27 metro de diametro, que levará a água até a casa das máquinas da usina, junto ao ribeirão dos Correia. Coincidentemente empreendedores e autoridades envolvidos no projeto declararam à imprensa em dezembro que a área atingida é composta basicamente por pinus e que a nova usina é ecológica.