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2004-12-28
Acostumados a atuar em campos opostos, oito soldados do Exército e nove integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão trabalhando juntos na construção de estruturas para abrigar atividades do Fórum Social Mundial, que se realizará na Capital entre 26 e 31 de janeiro. Tanto o Exército quanto o MST atuam no projeto para aprender e depois utilizar cada um a sua maneira a técnica das bioconstruções - estruturas de eucalipto, paredes de palha (de arroz, trigo ou cevada) e telhado de grama.

Os oito soldados da Companhia de Comando da 3ª Região Militar estão trabalhando a paisana. A explicação para evitar o uso da farda, de acordo com o relações-públicas da 3ª Região Militar, tenente-coronel Eduardo Sacramento, seria para não haver uso indevido, uso político da imagem do Exército: – Será um aprendizado que será reaproveitado na construção de habitações baratas, que poderemos usar, entre outras coisas, em treinamento de soldados.

Os militares que trabalham nas obras do Fórum fazem parte do Projeto Soldado Cidadão, do governo federal, que pretende uma maior integração entre as Forças Armadas e a sociedade civil.

Auditórios ficarão na orla do Guaíba
Do lado do MST, a intenção é parecida. O diretor do Instituto de Permacultura e Ecovilas da Pampa (Ipep) - ONG de Bagé responsável pelo projeto ao lado do Ateliê de Arquitetura -, João Rockett, revela que o MST escolheu entre seus integrantes os que pudessem disseminar nos acampamentos as técnicas aprendidas durante a construção das estruturas.

Oito das 205 salas que abrigarão atividades do Fórum serão erguidas usando técnicas de bioconstrução. Cinco delas terão capacidade para cem lugares, e as outras três, para 50 lugares. Os auditórios bioconstruídos estão localizados na orla do Guaíba próximo à rótula da Avenida Edvaldo Pereira Paiva com a Rua Augusto de Carvalho. (ZH,17 / JC,24)

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