Sistemas deposicionais e estratigrafia de seqüências da Bacia do Itajaí, SC e detalhamento do Complexo Turbidítico de Apiúna
2004-12-28
Resumo: O estudo do pacote sedimentar que compõe a Bacia do Itajaí resultou em um novo modelo deposicional e estratigráfico, com base em dados de afloramentos. O preenchimento da bacia é composto por depósitos de origem deltaica (fan deltas) e de complexos turbidíticos, que se alternam através do tempo geológico em função das variações do nível relativo do mar. De modo geral a deposição em contexto transicional dominou o cenário na porção NE da bacia enquanto a sedimentação marinha foi preponderante em direção a SW, indicando assim o principal depocentro durante a evolução da bacia.
O sistema deltaico é composto pelos subambientes de planície deltaica, frente deltaica e prodelta, enquanto os complexos turbidíticos são subdivididos em Canal Turbidítico (CT), Transição Canal-Lobo Turbidítico (CL), Lobo Turbidítico (LT), Transição Lobo-Franja de Lobo Turbidítico (LF) e Franja de Lobo Turbidítico (FT). Aporte transversal ao eixo da bacia foi dominante apesar das fácies turbidíticas mais distais apresentarem um re-orientação dos fluxos ao longo do eixo da bacia. A análise dos eventos deposicionais permitiu o reconhecimento de 4 seqüências deposicionais de 3a ordem, denominadas de 1 a 4, da mais antiga para a mais jovem, e limitadas por superfícies do tipo I. A Seqüência 1 é composta por depósitos deltaicos com padrão de empilhamento retrogradacional representando um trato de sistemas transgressivo. A Seqüência 2 é composta por depósitos turbidíticos dominado por CT e CL, de leque de mar baixo, o qual é sobreposto por depósitos turbidíticos dominados por LT, LF e FT, de leque de talude, e depósitos deltaicos em padrão progradacional, caracterizando o complexo progradante, que juntos compõem o trato de sistemas de mar baixo; depósitos deltaicos com padrão retrogradacional caracterizam o trato de sistemas transgressivo. A Seqüência 3 é composta por depósitos deltaicos com padrão de empilhamento inicialmente progradacional que passa a retrogradacional, caracterizando o complexo progradante do trato de sistemas de mar baixo e o trato de sistemas transgressivo, respectivamente. A Seqüência 4 é composta por depósitos de complexo turbidítico, dominado por LT, LF e FT, do leque de talude, e por depósitos deltaicos com padrão de empilhamento progradacional, do complexo progradante do trato de sistemas de mar baixo, finalizando a deposição na Bacia do Itajaí.
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Autor: Mônica Marques da Fonseca.
Contato: Mestrado em Geologia (51) 591-11-22.