Controle é a arma contra ferrugem asiática
2004-12-27
Embora o Rio Grande do Sul não tenha nenhum registro de novos casos de ferrugem asiática em lavouras comerciais, especialistas recomendam o monitoramento permanente da lavoura. O fitopatologista da Fundacep em Cruz Alta, Carlos Renato da Costa, orienta os produtores a fazerem vistorias nas folhas mais baixas (mais velhas) da planta, para ver se estas têm lesões provocadas pelo fungo. Reafirma, entretanto, que a soja no RS está, em sua maioria, no estágio vegetativo e que a doença ocorre no período reprodutivo, do florescimento em diante. A recomendação é que a inspeção seja intensificada a partir desta época. — Aplicando corretamente, o fungicida os danos serão mínimos.
A dica é retornar o monitoramento após 20 dias da primeira aplicação. O custo de aplicação por hectare varia entre R$ 50,00 e R$ 100,00. O fitopatologista da Embrapa Soja, em Londrina, Léo Pires Ferreira, alerta que a ferrugem depende das condições do ambiente, como clima úmido e temperatura entre 20 e 28 graus. - Porém, já há casos desses patógenos estarem se desenvolvendo em temperaturas de 30 graus - destaca ele. Ferreira ressalta que todos os fungicidas sugeridos na tabela da Embrapa são eficientes. Levantamento do Consórcio Anti-Ferrugem já identificou a ocorrência da ferrugem asiática da soja em nove estados (MT, PR, RS, MA, GO, MS, MG, SP e DF) e 81 municípios. Do total, apenas 27 focos são em lavouras comerciais, os outros são em soja voluntária ou em unidades de alerta - áreas em que a soja foi semeada precocemente, justamente para detectar a presença do fungo na região. O pesquisador da Fundacep afirma que os focos do fungo no RS foram encontrados recentemente nas regiões de Santa Maria, Nova Palma e Nonoai na soja guaxa, planta nascente de grãos caídos na lavoura durante a colheita.
Paraná lidera focos no país
Entre os nove estados em que foi identificada a doença, o Paraná é o que tem maior número de focos: são 34 municípios. O Consórcio Anti-Ferrugem, coordenado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), identificou o primeiro foco do fungo causador da ferrugem asiática, na região de Brasília. O Consórcio Anti-Ferrugem, criado no fim de outubro, reúne também representantes da Embrapa, fundações de apoio à pesquisa, empresas estaduais de pesquisa e de transferência de tecnologias, cooperativas, universidades e da Andef. A relação de municípios em que há focos da doença, o mapa com os locais de ocorrência e dados sobre o controle estão no Sistema de Alerta, www.cnpso.embrapa.br/alerta. Segundo o Mapa, na safra 2003/2004 a doença causou um prejuízo de 2 bilhões de dólares.
O pesquisador da Embrapa Soja, Ademir Henning, reforça a importância dos sojicultores intensificarem o monitoramento em suas áreas e ficarem atentos às informações sobre os novos focos. O controle adequado da lavoura vai colaborar para evitar perdas que podem ser significativas. (CP, 12)