Relatório mostra que pode estar havendo falhas no controle ambiental
2004-12-27
Apesar das declarações recentes dos executivos da empresa de mineração Newmont negando infrações ambientais, um memorando de 2001, também consultado pelo jornal New York Times, e assinado pelo então vice-presidente e chefe administrativo da companhia, Lawrence T. Kurlander, adverte seus colegas quanto ao fato de a Newmont ter dito ao mundo que obedecia à legislação norte-americana em matéria de meio ambiente, quando, de fato, isto não acontecia. O executivo sugeriu, no relatório, que, devido às falhas da Newmont em atender aos padrões, ele e seus colegas perderiam bônus anuais. A preocupação, segundo ele, estendia-se às operações do grupo no Peru e n Uzbesquistão, bem como na Indonésia. Moradores de Buyat Bay, perto da mina da Newmont ao norte da ilha de Sulawesi, processaram a companhia em US$ 543 milhões, em agosto, após queixarem-se de náuseas, dificuldades de respirar, tumores e doenças da pele, males que eles atribuem ter começado logo depois que as operações de mineração iniciaram-se, em 1996. Especialistas em emissões disseram que provavelmente os riscos são maiores aos trabalhadores da mina do que aos moradores da vila, mas eles concordam que as emissões de mercúrio estão entre os mais tóxicos subprodutos das operações da
unidade. Segundo o professor Glenn Miller, da área de ciências ambientais da Universidade de Nevada, especialista em mineração e em mercúrio, há um total ultraje no que diz respeito à quantidade de mercúrio largada na atmosfera pela atividade mineradora. (New York Times 22/12)