Buenos Aires, uma cidade caótica sem coleta de lixo
2004-12-23
O que parecia apenas uma paralisação sem maiores conseqüências transformou-se em um pesadelo de verão para as autoridades portenhas. A greve do pessoal que faz coleta de lixo na capital argentina, especialmente dos condutores de caminhões do setor, deflagrada na sexta-feira passada (17/12), estava supostamente resolvida já na segunda (20/12), mas, nesta terça-feira (21/12), a situação desandou novamente, e as ruas amanheceram cobertas de resíduos, pois o pessoal da coleta resolveu parar outra vez. Mais do que caos, o lixo não recolhido voltou-se contra a população e o governo, que acabou convocando uma
reunião de emergência, à tarde, para tentar um acordo. No entanto, até as 23h desta terça-feira (21/12), não havia sido fechado qualquer acordo entre grevistas e governo. Pior: os coletores queimaram lixo em frente ao prédio do Ministério do Trabalho, em sinal de protesto. Enquanto parte dos resíduos foi queimada irregularmente, ameaçando a saúde pública, outra parte ficou manchando a cidade. A Avenida de Mayo, onde fica a sede do governo, foi fechada pelos condutores de caminhões de coleta de lixo, que jogaram dezenas de sacos de lixo em frente a prédios
governamentais. Cerca de mil policiais permanecem guardando o local, que mais parece uma praça de guerra. A promessa inicial dos trabalhadores era paralisar as atividades entre 14h e 21h (hora local), mas a
suspensão das atividades continua.