Relatório da Apec critica Protocolo de Kyoto
2004-12-22
A décima Conferência das Partes (COP 10), encerrada na sexta-feira 17, em Buenos Aires, deu o tom de como devem evoluir as tratativas entre os países a respeito do aquecimento global. A questão já provoca desentendimento entre nações ricas e em desenvolvimento. O anfitrião do encontro Nestor Kirchner, tratou logo de atacar a postura dos países industrializados, que ao longo da história são os maiores causadores do efeito estufa, mas cobram das nações em desenvolvimento o cumprimento de metas de redução na emissão de gases a partir de 2012, quando se iniciaria o segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Ao que o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, fez coro. Recentemente a Asia-Pacific Economic Cooperation (Apec) soltou um relatório segundo o qual o combate às mudanças climáticas vai reduzir de forma sensível o ritmo de crescimento da economia mundial. Esse pé no freio, por sua vez, vai atingir em cheio as nações em desenvolvimento, cujas economias são mais vulneráveis aos resultados globais, e que dependem do crescimento para reduzir suas mazelas sociais. O relatório critica o Protocolo de Kyoto alegando que o custo econômico de implementação das metas é altíssimo e não resolverá o problema do aquecimento. Além disso, as cláusulas de desenvolvimento social atreladas aos projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo nas nações emergentes vão afugentar investidores no mercado de carbono. Afirma também que o atual aparato tecnológico alternativo à queima de combustível fóssil será incapaz de suprir as necessidades energéticas mundiais. A saída mágica apontada é o desenvolvimento de tecnologias altamente eficientes para reduzir as emissões de gases, ou absorve-los, sem comprometer o crescimento econômico. (Carta Capital nº322)