Agricultores atingidos por barragens no Estado pretendem realizar hoje manifestações, que podem incluir ocupações, bloqueio de rodovias e caminhadas. Ontem (21/12), em Porto Alegre, terminou sem acordo a audiência realizada no Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região para debater a retirada de cobertura vegetal na área das obras da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, entre Anita Garibaldi (SC) e Pinhal da Serra (RS).

A coordenação do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) quer alertar para a situação de famílias atingidas pelas obras e que ficam excluídas do processo de indenização. A entidade também quer impedir novos projetos que venham a alagar áreas de terra fértil e florestas ricas em biodiversidade. Desde 21 de outubro, uma mobilização dos agricultores impede a Energética Barra Grande SA de desmatar uma área de seis hectares com Mata Atlântica e araucárias em Pinhal da Serra, onde está sendo construída a hidrelétrica.

Durante a semana, manifestações serão realizadas também para exigir a redução dos preços da energia elétrica e garantir o acesso ao abastecimento de água e energia para toda a população. Entre as estratégias adotadas pelo MAB estão a possibilidade de bloqueio de rodovias em Erechim na BR-153, em Barracão na BR-470 e em Abelardo Luz (SC). Em Chapecó (SC), será realizada uma caminhada pela manhã e, em Pinhal da Serra e Anita Garibaldi, onde está sendo construída a hidrelétrica, existe a possibilidade de ocupação de uma subestação de energia. (Marielise Ferreira - ZH, 46)