Pesquisadores pretendem identificar fauna ameaçada na Bahia
2004-12-22
Pesquisadores do Estado da Bahia e de outras regiões do país iniciaram
uma ampla discussão científica que vai culminar com a elaboração de uma
lista da fauna ameaçada do Estado. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), coordenados pelos professores Sofia Campiolo e Renato Bérnils, em parceria com o Instituto Dríades. O reitor da Uesc, professor Joaquim Bastos, considera que a iniciativa coloca a Bahia entre os primeiros Estados brasileiros a contar com um instrumento de avaliação e proteção da fauna ameaçada. Atualmente, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais também estão elaborando suas listas. Nos últimos 40 anos, mais de 450 espécies foram extintas pela ação humana, número que tende a crescer, caracterizando um novo período de extinção em massa na história da vida na Terra. Segundo os pesquisadores, a extinção de espécies animais nativas é um dos maiores problemas ambientais deste início de século. Sofia Campiolo adverte que perder representantes da nossa fauna significa abrir mão de um patrimônio valioso, com espécies que prestam incontáveis serviços ao homem. A fauna é responsável pela polinização da lavoura, que aumenta a produção agrícola; pelo controle biológico de pragas, que diminui a necessidade de uso de defensivos agrícolas; pela dispersão de sementes, o que garante a manutenção e recuperação de ecossistemas naturais. Os pesquisadores destacam que na Bahia vivem animais que não ocorrem em nenhum outro lugar do planeta, como a arara-azul-de-lear e a lagartixa-do-abaeté, entre outros. Por isso, é necessário conhecer as espécies que correm risco de extinção e quais já desapareceram, tendo em vista a importância delas para assegurar o equilíbrio dos ecossistemas. O Ministério do Meio Ambiente divulgou em maio do ano passado a lista da fauna brasileira ameaçada de extinção, na qual constam 395 espécies, sendo a maior parte habitante na Mata Atlântica. Na Bahia, duas espécies foram apontadas como extintas - ararinha-azul e a formiga-simopetta-mínima. Foram classificadas como criticamente em perigo três espécies de borboleta, a aranha-de-chicote, opilião, os macacos-barbados, muriqui, mico-leão-da-cara-dourada, macaco-prego-do-peito-amarelo, guigó, além do rato-da-árvore. Estão em perigo a jararaca, e as tartarugas marinhas, de pente, oliva e de couro.