Polêmica sobre reciclagem nuclear vem de quatro anos
2004-12-21
A polêmica sobre a reciclagem de resíduos nucleares na Argentina já dura
quatro anos, quando a empresa Invap, uma sociedade do Estado do Rio
Negro, ganhou a licitação para construir o reator nuclear destinado à
Austrália. Desde então, organizações ecologistas advertiram sobre a
periculosidade do tratamento do material na Argentina, pois trata-se de
combustível nuclear usado na Austrália. Na última quinta-feira (16/12),
cinco ativistas da Greenpeace foram presos no Congresso, por
ultrapassarem barreiras policiais. Eles levavam faixas com os dizeres
Não ao ingresso de resíduos radiativos. Para os ambientalistas, os
combustíveis gastos entram na categoria de resíduos radiativos. A
Comissão Regulatória Nuclear (NRC) dos Estados Unidos e a União de
Cientistas Comprometidos norte-americanos consideram esse material como
lixo radioativo e o classificam entre os materiais de alta
radiatividade. A NRC passou a considerar os sítios que reciclam
combustível nuclear como possíveis flancos de terrorismo após os
atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. O acordo firmado com
a Austrália, com muitas cláusulas secretas, determina que,
eventualmente, a Argentina passe a receber material nuclear para
reciclar em 2017. O reprocessamento do material nuclear ocorreria no
Centro Atômico de Ezeiza. (Clarín, 17/12)