Argentina vai reciclar lixo nuclear da Austrália
2004-12-21
A Câmara dos Deputados da Argentina ratificou, na sexta-feira passada
(17/12), o tratado nuclear firmado pela Argentina e pela Austrália pelo
qual o país latino-americano construirá um reator nuclear de
investigação para a Austrália. A ratificação do acordo, que não foi
votada nominalmente, já contava com a sanção do Senado e foi assinada
sob protestos e polêmica. Os que estão contra o acordo dizem que a
Argentina, eventualmente, deveria reciclar no país o combustível gasto
pelo reator australiano, que logo voltaria a esse país. Na quinta-feira
(16/12), a Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA), através de
porta-vozes, assinalou que o polêmico acordo ratificado pelo Congresso
não implica que chegue ao país lixo nuclear ou resíduos radioativos,
algo que está expressamente proibido pela Constituição. Segundo esses
porta-vozes da CNEA, o material a ser reciclado na Argentina tem um
nível de radiação suficientemente baixo para não ser considerado resíduo
nuclear nem perigoso, de acordo com padrões internacionais. Os
especialistas sustentaram que o material é uma espécie de pilha de
alumínio e urânio que deve ser reprocessada para que se possa voltar a
utilizar seus materiais. Segundo eles, no processo de reciclagem,
separam-se o alumínio do urânio de baixa atividade, fazendo-se um
tratamento de vitrificação, con vidro e cimento, enviando-se o produto
resultante de volta à Austrália. (Clarín, 17/12)