A poluição do lago da Praça Chopin, no bairro IAPI, está provocando a mortandade de peixes e tartarugas e revoltando a comunidade. Somente no final de semana, cerca de 80 quilos de carpa foram retirados da água. A falta de manutenção por parte da prefeitura tem transferido para os moradores a responsabilidade pela conservação do que ainda resta da fauna. Animais mortos já fazem parte da rotina e, aos poucos, transformam o espaço em fonte de insetos e mau cheiro.

Jesus Varela, 77 anos, que há 20 mora perto do local, já perdeu as contas do número de vezes que recolheu animais mortos da água. Ontem, mais de cinco carpas e pintados foram retirados depois de agonizarem em meio à sujeira. - Pedimos várias vezes providências à prefeitura, mas eles dizem que a situação é normal - afirmou. Os próprios moradores compraram material para mudar a entrada da água, a fim de oxigenar melhor o lago, mas não teriam obtido autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Cerca de 22 tartarugas foram levadas para Cachoeirinha e Redenção na tentativa de salvá-las. A comunidade teme ainda que a figueira localizada quase no meio do lago esteja prejudicando os animais. O problema seria resultado de oferendas religiosas atiradas na água, conforme o supervisor de Praças e Parques da Smam, Humberto Ortiz. Nova manutenção geral da Chopin deve acontecer entre hoje e amanhã, incluindo o lago, que não é limpo desde o começo do ano.

Ortiz destacou que há um mês as plantas aquáticas estavam sob controle, mas proliferaram muito, tirando o oxigênio dos animais. A limpeza nos lagos de praças e parques da Capital acontece uma vez por ano - quantidade considerada suficiente pela Smam - dependendo do caso. Ortiz disse que o trabalho não surtirá efeito se continuarem sendo jogados lixo e oferendas na água. (CP, 3)