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2004-12-21
O pior buraco na camada de ozônio foi detectado mais uma vez na Antártida nesta primavera setentrional, deixando para trás uma sombra de incerteza para pessoas que vivem na zona sul da América. Quantos irão desenvolver câncer de pele nos próximos anos? Quantas décadas mais devem as crianças conviver com os perigosos raios ultravioleta? Vão os tratados globais sobreviver a ponto de salvarem a capa de ozônio? Pessoas que vivem na cidade de Punta Arenas, na região da Patagônia, no Chile, precisam ajustar-se às intensas radiações que passam pelo buraco na camada de ozônio. –As pessoas estão melhor informadas. Estão comprando mais bloqueadores solares e aplicando-os em suas crianças, afirma o farmacêutico Gerardo Leal. Mas, em dias de alerta vermelho, os raios ultravioleta podem até mesmo prejudicar os olhos. Segundo a médica Lidia Amarales, chefe de saúde local, muitas das 150 mil pessoas que vivem em Punta Arenas ainda tomam poucas precauções contra os danos do sol ao saírem para as ruas. A camada de ozônio da estratosfera, por milhares de anos, filtrou os raios ultravioleta B, causadores de câncer de pele. Mas nos anos 70, os cientistas passaram a advertir que substâncias químicas produzidas pelo homem, como clorofluorocarbonos (CFCs), usados em aerossóis, sprays e refrigerantes, estavem destruindo a camada de ozônio, causando uma série de reações nas camadas mais elevadas da atmosfera. Nos ano 80, imagens de satélite mostravam o buraco de ozônio sobre a Antártida. Correntes de ar e massas de ar polar intensas, combinadas como os CFCs, criaram uma vasta expansão na capa de ozônio da atmosfera, que brevemente chegou à América do Sul nas estações primaveris. Medido em unidades Dobson, o ozônio apresentava, em outubro de 1992, nível de apenas 147 unidades, menos do que a metade do normal (333). A radiação ultravioleta, em sua forma de ondas curtas, multiplicou-se muitas vezes. (ABC News 20/12)

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