Cartilha sobre reciclagem é lançada na Bahia
2004-12-20
Quando começou, o trabalho contava apenas com a imensa vontade de 30 jovens da península itapagipana a fim de buscarem alternativas para driblar a dificuldade de conseguir o primeiro emprego. Cinco anos depois, a Cooperativa de Coleta Seletiva Processamento Plástico e Proteção Ambiental (Camapet) já comprovou a seriedade do seu trabalho e, por isso, foi escolhida como guardiã do Projeto Ecoponto - Lixo pra Uns e renda pra Outros, capitaneado pelo Núcleo de Tecnologias Limpas da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O lançamento da campanha foi feito no dia 16, com a apresentação de uma cartilha sobre a importância social e ambiental de promover a reciclagem.
Instalado nos mesmos moldes em Camaçari e Feira de Santana, o trabalho inserido no Projeto Ecopet fez um amplo estudo sobre as cooperativas que atuam nas cidades, dando ênfase especial ao efeito dessas ações nas comunidades que as abrigam. O primeiro ponto de coleta está na sede da Camapet, no Largo do Curtume (Calçada), mas a intenção é disseminar os ecopontos por toda a cidade, em igrejas, associações, escolas e entidades similares.
A cartilha será distribuída pelos jovens que todos os dias saem de porta em porta recolhendo o lixo que para eles se transforma em meio de sobrevivência. Os moradores locais já procuram freqüentemente a sede da cooperativa para deixar garrafas de pet, papelão, latinhas de alumínio e vidro. Mas, os 17 meninos que hoje executam e administram todo o trabalho de coleta e processamento esperam que a leitura do material ilustrado e de linguagem simples seja um incentivo a mais.
O material também será útil para os novos integrantes que a cooperativa pretende selecionar para aumentar sua capacidade produtiva. Segundo o presidente Ivan Bonfim, 22 anos, não falta quem queira juntar-se ao projeto, que garante aos seus membros uma renda média de R$200 mensais.
Com uma série de orientações sobre os riscos aos quais os catadores de lixo estão expostos, a cartilha servirá para que os novatos aprendam como se proteger de acidentes com vidro e outros materiais cortantes ou contaminações com bactérias presentes nos resíduos. (Jane Fernandes - Correio da Bahia 17/12)