Arroio Dilúvio usado como depósito de lixo em Porto Alegre
2004-12-20
A sub-bacia do Arroio Dilúvio é a mais importante de Porto Alegre, mas isso não diz muito para quem a vê como depósito de lixo e lança nas suas águas pneus, garrafas PET, móveis, restos de construção e outros resíduos. A sub-bacia escoa as águas de uma área com 83,74 quilômetros quadrados densamente habitada, representando cerca de um terço da população total. Segundo o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), com extensão de 17km, o arroio recebe cerca de 50 mil metros cúbicos de detritos ao ano, da erosão natural e provocada pelo desmatamento das encostas dos morros, além de entulhos e lixo.
Conforme o diretor-geral do DEP, Saulo Felipe Basso, este foi um dos anos em que houve mais intervenções no Dilúvio. - Em junho, retiramos aproximadamente 1,5 mil metro cúbico de resíduos da foz com draga. Foi feita catação manual, no decorrer de todo o arroio, em abril, e retirada 1 tonelada de resíduos - citou. Segundo Basso, restos de geladeira, fogão, sofá, cadeira, garrafas PET e pneus integram a montanha de resíduos lançada no local. Ele observou que está em andamento, desde outubro, e se estenderá até o final deste mês ou janeiro de 2005 a dragagem para retirar ilhas formadas no leito do arroio pelo acúmulo de resíduos. Também está sendo retirada a areia do fundo do arroio para que a água escoe mais fácil até o Guaíba, minimizando os riscos de inundação.
- Os depósitos de lixo verificados no Arroio Dilúvio com a estiagem ocorrem porque a comunidade segue jogando lixo nas margens dos arroios, apesar de ter 100% de coleta de lixo pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana em Porto Alegre - alertou Basso. A equipe de Educação Ambiental do DEP faz cursos de conscientização ambiental nas escolas da Capital e o roteiro histórico Riacho passado, arroio presente, que percorre todo o Dilúvio, orientando sobre o correto acondicionamento do lixo urbano, a conservação dos mananciais hídricos e as bocas-de-lobo. (CP, 18/12, 20)