Poucos resultados concretos da rodada de reuniões sobre o clima
2004-12-20
Duas semanas de negociações na Conferência das Nações Unidas sobre
Mudança Climática (COP 10), encerrada no início do sábado (18/12), em
Buenos Aires, resultaram em fracos comprometimentos quanto ao controle
dos fatores que causam o aquecimento global, depois de os Estados Unidos
terem bloqueado significativas discussões. O principal foco era a
discussão sobre o Protocolo de Kyoto a respeito do aquecimento global. O
acordo entra em vigor no dia 16 de fevereiro próximo. Vai requerer das
nações industriais que façam cortes substanciais em suas emissões de
gases de efeito estufa. Mas outro objetivo foi fazer os Estados Unidos,
que se recusaram a assinar o protocolo, em 2001, voltarem à discussão
sobre os meios de mitigar a mudança climática após 2012, quando expira o
Protocolo de Kyoto. Os governos que já estão comprometidos a reduzirem
as emissões através do protocolo planejam usar a linguagem diplomática
para expressar seu desapontamento com respeito à posição
norte-americana. Grupos ambientalistas, contudo, foram mais críticos
sobre o que eles caracterizam como obstrucionismo dos Estados Unidos. –É
uma nova forma de lentidão por parte dos Estados Unidos, não apenas
pular fora, mas bloquear outros países no sentido de se moverem adiante
em seu caminho, afirmou Jeff Fiedler, observador representante do
Conselho Nacional de Defesa dos Recursos Naturais. Em razão de os
Estados Unidos terem rejeitado o Protocolo de Kyoto, eles não podem
tomar parte no acordo, a não ser como observadores no tratado. Mas, em
1992, assinaram uma ampla convenção sobre mudança climática que é
baseada puramente em medidas voluntárias. E a União Euopéia e outros
países esperam organizar seminários dentro desta linha de trabalho. Mas
os Estados Unidos mantêm que ainda é muito cedo para dar o passo inicial
neste compromisso, e insistem em que não deve haver relatório por
escrito nem oral de qualquer um desses seminários. –Somos flexíveis, mas
não a todo custo, disse Pieter van Geel, secretário de Estado do Meio
Ambiente da Holanda e presidente da delegação da União Européia. (NY
Times, CNN 20/12)