Falta de consenso emperra acordo de mudanças climáticas
2004-12-20
Os países em desenvolvimento que participaram da conferência sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) pedem mudanças no acordo fechado entre União Européia e Estados Unidos depois de duas semanas de discussões. No compromisso, estão previstas conversas em maio de 2005 a respeito de formas de combater o aquecimento global quando o Protocolo de Kyoto expirar, em 2012. Porém, na sessão final da conferência, quando a proposta foi apresentada aos países em desenvolvimento, a Índia - apoiada por países como a China, a Arábia Saudita e o Paquistão - exigiu uma garantia por escrito de que o seminário não levaria à imposição de compromissos de redução de carbono aos países em desenvolvimento. Depois de discussões que duraram praticamente toda a noite desta sexta-feira (17/12), a União Européia e os Estados Unidos encerraram uma longa disputa sobre o formato das conversas a respeito de que passos serão tomados além do Protocolo de Kyoto. Os europeus queriam várias reuniões informais a partir do ano que vem para discutir como combater o aquecimento global quando o Protocolo de Kyoto expirar, em 2012. Porém, os Estados Unidos conseguiram ter atendido seu pedido de apenas uma reunião, em maio de 2005, mas concordaram que ela seria realizada durante vários dias. A questão fez com que os governos estendessem as discussões horas além do fim oficial da conferência de duas semanas, realizada em Buenos Aires, na Argentina. Enquanto trabalhadores desmontavam as instalações da conferência, os delegados continuavam conversando.
Prematuro
- Os americanos conseguiram um bom acordo com os europeus, disse o diplomata argentino Raul Estrada Oyuela. O encontro em maio do ano que vem vai – promover uma troca informal de informações – de como cortar emissões danosas e realizar adaptações às mudanças climáticas, segundo o rascunho do texto do acordo. Os Estados Unidos resistiram a qualquer possibilidade de conversas sobre uma ação de longo prazo depois de 2012, quando as metas de corte de gases causadores do efeito estufa previstas no Protocolo de Kyoto expiram. O país considera essas discussões prematuras e queria que o foco principal da conferência fossem os programas para desenvolver tecnologias de queima mais limpa. Os Estados Unidos são o país que mais polui no mundo e se recusaram a assinar o Protocolo de Kyoto, alegando que a adesão ao acordo prejudicaria sua economia. (BBC Brasil 18/12)