A temperatura média global registrada em 2004 será quase meio grau Celsius superior à média. O ano, que está entre os mais quentes desde que teve início o registro de temperaturas, em 1861, destaca-se pela quantidade de secas, furacões, enchentes e inundações que apresentou. Secas prolongadas, ondas de calor, um aumento no número de furacões no Atlântico Norte, e o primeiro no Atlântico Sul constituem as anomalias e os eventos climáticos mais significativos durante este ano, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que depende das Nações Unidas. O informe sobre o clima mundial em 2004 foi apresentado ontem (16/12) pelo secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, no marco da 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre a Mudança Climática (COP10), que se encerra hoje (17/12), em Buenos Aires. Jarraud reafirmou o compromisso da OMM em ampliar e melhorar os dados de observação recolhidos durante períodos extensos, o que permitirá discernir entre variabilidade climática e eventos provocados pela mudança climática. Ele falou diante de ministros e secretários de meio ambiente de todo o mundo. O informe da OMM recorda que, com exceção de 1996, os últimos dez anos (1995-2004) são contados entre os decênios mais quentes já registrados. A temperatura média mundial de 2004 é 0,44ºC superior à média anual do período 1961-1990 (14ºC). Os valores mais altos seguem sendo os de 1998, com 0,54ºC acima da média. Em nível mundial, a temperatura do último mês de outubro foi a mais elevada registrada em um mês de outubro. E o valor combinado das temperaturas da terra e do mar nas regiões árticas, durante julho passado, foi o mais alto jamais registrado nesse mês. (Clarín, 16/12)