Armazenar CO2 debaixo da terra pode conter efeito estufa, diz estudo
2004-12-17
Armazenar dióxido de carbono (CO2) debaixo da terra pode ser uma técnica promissora na luta contra o efeito estufa. É o que diz um estudo divulgado hoje pela AIE (Agência Internacional de Energia) durante a Cúpula do Clima, em Buenos Aires. A idéia é colocar o gás no subterrâneo, evitando que ele seja liberado na atmosfera e continue a aquecê-la. A agência preconiza que se multipliquem por cinco os orçamentos para pesquisa dedicados a esta tecnologia, de modo a atingirem US$ 500 milhões por ano em escala mundial. Ao apresentar o trabalho, o diretor executivo da AIE, Claude Mandil, lembrou que as emissões mundiais de CO2 aumentarão 62% entre 2000 e 2030 se não houver novos esforços para reduzir as emissões dos gases-estufa. A técnica poderia chegar à fase industrial a partir de 2020 e ser utilizada em grande escala na segunda metade do século 21 até se tornar obsoleta com a generalização dos sistemas energéticos que não emitem CO2, como pilhas de combustível e sistemas que usam o hidrogênio, diz a agência. A AIE mencionou uma centena de projetos em curso ou em estudo em todo o mundo para armazenamento de C02, mas apenas dois de envergadura. No Mar do Norte, a companhia norueguesa Statoil capta o CO2 de uma jazida de gás natural e injeta-o no fundo do oceano, e em Wayburn, oeste do Canadá, o CO2 proveniente de uma central de gaseificação de carvão é transportado por um gasoduto e injetado em uma jazida de petróleo. Em conjunto, estes projetos só permitirão armazenar 100 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2015, quando o potencial explorável até 2030 permitiria reter três vezes mais dióxido de carbono, segundo a agência. A tecnologia será testada pelo setor elétrico, segundo a AIE, com a construção até 2015 de dez grandes centrais térmicas dotadas de capacidade de captação e armazenamento de CO2 nas proximidades. (FSP 15/12)