Países em desenvolvimento sob pressão quanto às mudanças climáticas
2004-12-16
Enquanto nações em desenvolvimento como China, Brasil e Índia crescem ao ritmo de suas emergentes indústrias e agricultura, potências industrializadas querem que esses países resolvam o problema de métodos considerados sujos que fazem deles alguns dos maiores poluidores do planeta. A China é o segundo maior emissor de gases do efeito estufa, atrás dos EUA, graças a um boom industrial baseado na energia gerada pela queima de carvão. O Brasil está classificado em sexto lugar por causa do dióxido de carbono produzido nas queimadas na Amazônia, que preparam o solo para a plantação de soja. A Índia, também apoiada na força do carvão, é o quinto país que mais polui a atmosfera e que provoca o aquecimento global. Os países em desenvolvimento foram excluídos do acordo do Protocolo de Kyoto, em 1997, porque eles argumentaram que o corte nas emissões prejudicaria bastante a melhoria da qualidade de vida de suas numerosas e pobres populações. A exclusão dessas nações foi uma das razões que fizeram os EUA não aderir ao acordo internacional. Entre 1990 e 2000, as emissões de dióxido de carbono relacionado a energia cresceram 69% na Índia, 57% no Brasil e 33% na China.
- Se Índia, China e Brasil replicarem nosso modelo de desenvolvimento de fóssil concentrado, o jogo estará terminado, disse Alden Meyer, diretor da União de Cientistas Preocupados, baseada nos EUA. Steve Sawyer, especialista em clima e energia do Greenpeace, disse que esses países em desenvolvimento precisam descarbonizar suas economias e seguir na direção de uma energia mais limpa e um processo industrial mais eficiente. (O Globo 14/12)