Antártica no limite do desastre: aquecimento coloca fauna em risco
2004-12-16
Até mesmo um pequeno aumento da temperatura do oceano poderia afetar dramaticamente a vida de pingüins, baleias, focas e uma grande relação de criaturas marinhas que vivem no continente antártico alertam cientistas britânicos. - Os bichos são muito sensíveis às mudanças de clima. As vítimas em potencial são os animais marítimos, que possuem um sistema de aquecimento semelhante ao de espécies já extintas do planeta - diz o biólogo Lloyd Peck, que apresentará sua pesquisa na conferências televisionadas pela rede BBC conhecidas como Royal Institution Christmas Lectures. - Devemos ter cuidado com a fauna do polar sul, pois a mudança de clima acabará com essas espécies antes de qualquer outra - diz o pesquisador. O aquecimento global, por mais sutil que seja - um pouco mais de dois graus - poderia extinguir vários animais nos congelantes mares do Sul. Com o calor, alguns moluscos perdem sua habilidade de funcionamento. O krill antártico, um diminuto tipo de crustáceo que nasce aos bilhões, também se encontra em risco. No inverno, o krill depende das grossas esteiras de algas verdes, que florescem no lado de baixo das prateleiras de gelo e que se estendem para fora da escuridão polar. Uma vez que os oceanos ficam mais quentes, o inverno gelado diminui e as algas desaparecem. - Se uma espécie chave na cadeia alimentar se extingue rapidamente, até mesmo animais acostumados a viver em um habitat severo, como as focas e os pingüins, serão prejudicados. A pesca nas áreas em torno da Antártica também será afetada - conclui Peck O continente antártico continua frio, mas a península Antártica, onde está localizada a base de pesquisa britânica está aquecendo 3ºC a cada 50 anos. (JB 13/12)