Cúpula do Clima quer fundos para ajudar países mais ameaçados
2004-12-15
A Cúpula do Clima, que acontece em Buenos Aires (Argentina), defende a busca de fundos para ajudar os países mais vulneráveis ao aquecimento global, com o objetivo de minimizar suas perdas nas próximas décadas por causa da mudança climática. O pedido de verbas mais substanciais do mundo desenvolvido --considerado o grande responsável pelas alterações climáticas no planeta-- foi feito com insistência pelos países pobres. As verbas disponíveis no momento são US$ 100 milhões do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF, na sigla em inglês), mas também há diferenças sobre os critérios para sua distribuição.
- Os recursos do GEF soam ridículos quando se leva em conta que há 140 países em desenvolvimento que precisam de ajuda, criticou Luis Santos, representante do Uruguai. A questão será o tema central de uma reunião plenária que acontecerá de 15 a 17 de dezembro, como fechamento da cúpula, com a participação de ministros do Meio Ambiente de cerca de 80 países. O tema foi defendido energicamente pelos pequenos Estados insulares do Pacífico, cuja própria existência depende de deter o aumento do nível do mar por causa do aquecimento global e o derretimento das calotas polares. Entre eles, estão Tuvalu, Ilhas Cook e Manihiki, além de Filipinas e Fiji. - O que se trata é que os fundos para adaptação sejam maiores e que estejam efetivamente disponíveis, explicou Atilio Savino, secretário do Meio Ambiente da Argentina, cuja delegação também exigiu mais recursos dos países ricos. - Para melhorar a disponibilidade dos recursos, devem ser criados projetos bem fundamentados para pedir seu financiamento e, às vezes, é necessário começar pela capacitação, para que então surjam os projetos, acrescentou. No caso do Uruguai, a assessora governamental Virginia Sena disse que a mudança climática ameaça seu país em dois aspectos centrais de sua economia: agricultura e turismo. - A vulnerabilidade agropecuária e dos recursos costeiros está dada pela variabilidade climática, a maior freqüência de tempestades, a alteração dos regimes de chuva, que induzem processos de desertificação e inundações e incrementam a erosão das costas, explicou. (France Presse 08/12)