Três milhões morrem por ano pela poluição do ar de interiores
2004-12-15
As crises ambientais reforçam-se umas às outras. A poluição agride não apenas diretamente a saúde, mas impede que haja condições para o cultivo de alimentos, para que se busque água potável suficiente e assim por diante. A Organização Mundial da Saúde estima que a poluição do ar seja um dos mais
perversos fatores neste cenário.Graças a ela, à poluição do ar de ambientes interiores, três milhões de pessoas morrem por ano, em todo o mundo, a maioria delas em países pobres. Um estudo mencionado pelo correspondente Alex Kirby, de Meio Ambiente da BBC, que atua há 17 anos cobrindo este setor,
mostra que de 7 a 20% dos cânceres são atribuídos à pobre
qualidade do ar e à poluição em lares e em ambientes de
trabalho. A Organização Mundial da Saúde, preocupada com o
caráter de persistência de certas substâncias químicas no
corpo humano, especialmente de jovens e crianças, informa que
irá realizar um experimento de ampla escala relativo à saúde
infantil. Algumas substâncias químicas manipuladas pelo
homem, disruptores endócrinos, como ftalatos e nonilfenol,
presentes em cosméticos e detergentes, têm efeito
espermicida, sendo a elas atribuída a causa de mudanças
genitais em alguns animais. Entre os afetados estão ursos
polares. Cerca de 70 mil substâncias químicas estão no
mercado, e aproximadamente 1,5 mil novas aparecem todos os
anos. Pelo mesmo 30 mil destas 70 mil nunca foram testadas de
forma ampla a fim de compreender-se seus possíveis riscos às
pessoas. A poluição por produtos químicos é responsabilizada
pela morte de peixes no Lago Kankaria, em Ahmadabad, na
Índia. O pesticida DDT causou grandes danos à vida selvagem e
ainda afeta o sistema nervoso humano, mas é utilizado
amplamente no combate à malária. Em relação à qualidade do
ar, especificamente, os problemas não são apenas de saúde,
mas de custos para os governos. Segundo informações
veiculadas pela BBC, os países que mais gastam com o controle
de emissões poluentes são China, Irã, Chile, Uruguai, Chile e
Argentina, os quais aplicam mais de 1% do seu PIB neste tipo
de controle. O Brasil e os Estados Unidos gastam de 0,2% a
0,3% do seu PIB, enquanto que países europeus como Reino
Unido, França, Alemanha, Finlândia, Noruega e Suécia aplicam
0,1% ou menos do que este percentual no controle da poluição
do ar. (BBC 14/12)