Ambientalistas e cientistas são desacreditados em thriller sobre a mudança climática
2004-12-15
O Estado do Medo pode ser simplesmente um thriller no qual os
ambientalistas parecem ser vilões. Mas, misturados à história, contudo, estão ataques ao consenso científico sobre a hipótese de que o aquecimento global tem causas humanas, e de que o acúmulo de emissões de gases de efeito estufa pode, perigosamente, causar disrupturas no sistema climático. Enquanto o autor Michael Crichton inclui uma nota enfatizando que a maior parte de seu livro é produto da imaginação do autor, ele acrescenta que as referências a pessoas reais, instituições e organizações que estão documentadas em notas de rodapé, são acuradas. Apenas uma semana após o lançamento do livro, ele arrancou reações intensas não apenas entre cientistas, mas também entre pessoas de vários cantos que debatem sobre o que fazer ou o que não fazer com relação à mudança climática. Vários cientistas que se dedicam ao estudo do clima, cujo trabalho é atacado por Crichton, leram o livro a pedido do jornal The New York Times e concordam que a obra fez exatamente o que Crichton culpou seus vilões de fazerem: ignorar ou distorcer descobertas que não se encaixam na tese e ressaltar aquelas que o fazem. O diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, Dr. James E. Hansen, disse que onde o principal personagem de. Crichton, Dr. John Kenner, diz em bom tom que as predições climáticas do Dr. Hansen em 1988 estavam 300% erradas, ele não poderia estar além da verdade. ? Crichton tomou o que de fato é um triunfo da ciência de predição climática e fingiu que é uma falha, disse o Dr. Hansen. Segundo ele, o estudo de 1988 visava aos impactos potenciais de três possíveis resultados para as emissões de gases de efeito estufa:
possibilidade A
As emissões desses gases crescem em taxa exponencial;
possibilidade C
Na qual eles são severamente cortados;
possibilidade B
a mais realista, na qual as emissões, essencialmente, permanecem na taxa em que estavam em 1988.
O escritor Crichton, através de seu personagem Dr. Kenner, menciona apenas a única improvável possibilidade de altas emissões, afirmou o Dr. Hansen. Um outro estudioso do clima, o Dr. David G. Hawkins, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, grupo privado de conservacionistas de Washington, disse que seu maior temor, em relação ao livro, é que ele seleciona citações e dados isolados que dão a ele uma aura de autoridade. (NY Times 14/12)