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2004-12-15
Vinte e oito dias depois, a Petrobras ainda não conseguiu parar o afloramento de óleo no campo de Marlin Sul, a 160 quilômetros da costa de Macaé, no Norte Fluminense. Segundo o Ibama, numa rocha próxima ao poço MLS 107 surgiu um afloramento que está variando a cada dia: no início era de 600 litros por dia, já chegou a ser de menos de 20 litros e na sexta-feira passada foi de 186 litros.

Os relatórios enviados pela própria empresa ao Ibama informam que o óleo está saindo de uma rocha porosa a 1.250 metros de profundidade desde 15 de novembro. O local é próximo a um poço de petróleo que teve as atividades interrompidas temporariamente. A mancha gerada pelo óleo já chegou a ter dez quilômetros quadrados.

Segundo o diretor de fiscalização do Ibama, Diogo Chevalier, a empresa cumpriu as exigências da lei ao informar ao órgão sobre o afloramento. Como o Ibama não tem equipamentos próprios para esse tipo de ambiente, o órgão está se utilizando das informações da própria Petrobras. Até para ir ao local do acidente os fiscais se utilizam de aeronaves da empresa.

Chevalier explicou que a empresa ainda não foi multada porque a causa pode ser natural. Só depois que o afloramento for contido, e a Petrobras e as empresas que trabalham na área encaminharem dados, é que será decido se haverá multa.

— Não é comum haver este tipo de extravasamento natural na Bacia de Campos. Mas ainda precisamos de informações para saber a causa. É provável que tenha relação com a extração — disse Diogo Chevalier. — Para aplicarmos a multa, temos que ter a dimensão total do dano e também a comprovação de que a responsabilidade é da empresa.

Segundo Chevalier, é improvável a mancha chegar ao litoral. Cálculos das empresas indicam que, se houver uma liberação de 10 milhões de litros no inverno, a chance de chegar ao litoral é de 7%. Já no verão ela é insignificante. (O Globo 14/12)

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