Fórum Social Mundial será prova de fogo para Economia Popular Solidária
2004-12-15
O público da quinta edição do Fórum Social Mundial vai literalmente carregar o resultado de uma experiência que compõe as discussões do evento: a autogestão. No último dia primeiro, começou a produção de 60 mil bolsas de algodão que serão distribuídas aos participantes do encontro. As bolsas estão sendo confecionadas por 35 empreendimentos de Economia Popular Solidária espalhados pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, reunindo 560 trabalhadores. A Economia Solidária tem prioridade no atendimento às demandas do V FSM e deverá movimentar mais de R$ 1 milhão, envolvendo mais de 1.200 trabalhadores. Além do segmento de confecção e vestuário, a EPS atenderá nas áreas de reciclagem, artesanato, alimentação e serviços, como a construção das cabines de tradução, pisos das tendas de debates, entre outros.
Linha de produção
A produção das bolsas reunirá boa parte da cadeia produtiva do algodão, desenvolvida em empresas, cooperativas ou grupos autogestionários. O fio, por exemplo, foi feito por 120 associados da Cooperativa Nova Esperança, criada a partir da falência de uma empresa no município de Nova Odessa, em São Paulo. No estágio seguinte, 60 associados da Coopertêxtil, de Santo André, transformaram o fio nos 15 mil metros de tecido que agora serão manuseados por costureiras e serigrafistas da região Sul do Brasil. A maior parte dos empreendimentos que finalizarão a confecção das sacolas fica no Rio Grande do Sul, distribuídos entre a capital, os municípios de Alvorada, Gravataí, Cachoeirinha, Ijuí, Caxias do Sul e Santa Maria. Dois são de Santa Catarina e dois do Paraná. São grupos de pessoas que se organizaram em torno de princípios diferenciados de trabalho, consumo, produção, respeito ao meio ambiente e valorização das relações humanas, seguindo a orientação da Economia Popular Solidária. A maioria dos integrantes dos empreendimentos- 95% - é formado por mulheres.