América Latina é das regiões mais vulneráveis à mudança climática
2004-12-14
A América Latina e o Caribe, onde se localizam vários países com maior disponibilidade de água doce e biodiversidade do planeta, apresenta uma
vulnerabilidade muito elevada diante da mudança climática, segundo um informe difundido no sábado (11/12) na Conferência das Partes (COP 10)
que se realiza em Buenos Aires. ? O aumento da intensidade e da freqüência dos furacões no Caribe, das mudanças nos padrões de precipitação e o aumento dos níveis dos rios, na Argentina e no Brasil, bem como a redução de áreas glaciais, na Patagônia e nos Andes, são fenômenos que indicam o impacto que o aquecimento global poderia ter na região, afirma o estudo. O documento, intitulado A Mudança Climática na América Latina e no Caribe, é resultado de uma iniciativa do governo do México e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). As conclusões do documento sugerem que a mudança climática será cada vez mais um problema do desenvolvimento. Como exemplo de situações de desastres que a mudança climática pode tornar mais freqüentes no futuro, o informe lembra que o evento El Niño que ocorreu entre 1982 e 1983 foi devastador, causando uma perda de 12% do PIB peruano, bem como a perda de así 8,5% na produção agrícola e de 40% na produção pesqueira. A corrente El Niño seguinte, de 1997 e 1998, trouxe inundações catastróficas severas, secas com danos significativos para o Nordeste brasileiro e para a costa do Equador, do Peru e do Chile. No Paraguai, na Argentina e no Uruguai, na época, as precipitações chegaram a ser, em alguns locais, 16 a 17 vezes acima do normal. E os incêndios florestais ocorridos no México, na América
Central, na Venezuela, Bolívia, Paraguai e Brasil possivelmente também estiveram associados ao fenômeno, diz o informe. (Clarín 11/12)