Líder ucraniano foi envenenado por dioxina, mostram exames médicos
2004-12-14
Em uma conferência de imprensa realizada na sexta-feira (10/12), em Kiev, o líde ucraniano Viktor A. Yushchenko afirmou que que ele foi provavelmente envenenado. O fato é que a aparência da face do político transformou-se significativamente há cerca de três meses, na época em que ele ainda concorria ao pleito presidencial na Ucrânia. Testes realizados em um hospital, em Viena, confirmaram, no sábado (11/12), que Viktor A. Yushchenko foi envenenado com dioxina. De acordo com os médicos, isto explica a aparência deformada de seu rosto e as dores que vem sofrendo desde o início da campanha eleitoral, cujo resultado, favorável ao candidato da situação, foi rejeitado pela maioria da população em protestos de rua. ? Não há dúvida de que o mal do Sr. Yushchenko foi causado por envenenamento por dioxina, afirmou o Dr. Michael Zimpfer, líder do hospital Rudolfinerhaus, em uma coletiva de imprensa, no último sábado (11/12). Ele informou que o sangue de Yushchenko apresenta nível de dioxina mais de mil vezes acima dos limites normais e que as dores abdominais que ele sente sugerem que ele ingeriu tal veneno. De acordo com o médico, há suspeitas de que uma terceira parte esteja envolvida no episódio do envenenamento. No
entanto, o médico não soube informar quando ocorreu o incidente. Yushchenko, há muito tempo, insistia na idéia de ter sido envenenado, pois, segundo ele, há um movimento político que quer matá-lo. Seus opositores chegaram a ridicularizar tais reclamações, afirmando que sua face havia se desfigurado por ele beber demais. A porta-voz de Yushchenko, Irina Gerashchenko, disse, por telefone, que esta constatação compele a abertura de uma investigação criminal referente ao envenenamento do líder. No início da Guerra Fria, a KGB, inteligência russa, e os serviços de inteligência do Leste Europeu, costumavam envenenar inimigos políticos. Um caso famoso foi o do dissidente búlgaro Georgi I. Markov, que morreu por envenenamento em 1978. Em uma parada de ônibus, um homem usou uma sombrinha para injetar ricina na perna de Markov, que costumava dar entrevistas para a BBC, irritando seus inimigos políticos. Ele morreu após três dias de febre intensa e vômitos. No caso de Yushchenko, a dioxina, contaminante comum em alimentos e no solo, pode causar câncer. A substância permanece no
organismo durante muito tempo após ingerida, produzindo, inicialmente, fortes dores abdominais, náusea e vômitos, o que o líder vem sentido. Além disto, a dioxina pode, em altas doses, descolorir e desfigurar a pele, como aconteceu com Yushchenko. (NY Times, ABCNews, CNN 11/12)